Terça-feira, Novembro 12, 2024
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Como o Trólebus marcou o passado do Brasil?

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Trólebus no Brasil

A busca por modelos de transporte mais eficientes não é novidade no Brasil. Algumas décadas atrás, os trólebus foram uma alternativa muito utilizada em algumas capitais. Eles são muito similares ao ônibus, porém são movidos, exclusivamente, à energia elétrica.

Saiba mais sobre esse modal, sua história no Brasil, onde foi mais utilizado e as suas vantagens. Boa leitura!

Como funciona um trólebus?

O trólebus é um modelo de ônibus elétrico que surgiu em 1882, na Alemanha. No Brasil, ele chegou em 1949, em São Paulo, passando posteriormente para outras cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Porém, acabou sendo quase que extinto na década de 1970.

Em um segundo momento, nos anos 1980, os trólebus ganharam novo fôlego no Brasil por meio de um programa criado pela Empresa Brasileira de Transportes Urbanos – EBTU, em conjunto com o Ministério dos Transportes e o BNDES.

Com isso, algumas poucas cidades ganharam linhas de trólebus, como Santo André e Rio Claro – ambas no estado de São Paulo.

Seu funcionamento é um pouco diferente, pois utiliza exclusivamente a energia elétrica para sua locomoção. Ele é alimentado por dois cabos superiores – conhecidos como centenária – responsáveis por fornecer a energia necessária.

Esse modal de transporte possui alguns benefícios quando comparamos aos meios mais tradicionais, como:

  • São um meio de transporte mais limpo, ou seja, não emitem poluentes;
  • Eles podem gerar energia elétrica a partir do seu movimento;
  • Caso aconteça algum acidente e se solte da centenária, ele para de funcionar.

Como já falamos, quando os trólebus chegaram ao Brasil, algumas cidades aderiram ao seu uso. Veja abaixo quais foram e o porquê de terem desativado esse modal:

Recife

A capital do estado de Pernambuco teve os ônibus elétricos implantados em 1960, distribuídos em 20 linhas e uma frota de 140 veículos.

Porém, na década de 1970, a frota estava sendo reduzida, contando com 50 veículos operacionais, devido à dificuldade em se manter os veículos, que eram importados.

Em 2001, já privatizado, havia apenas 31 trólebus em operação, num total de 3 linhas. O sistema foi desativado no final do mesmo ano.

Belo Horizonte

O trólebus de Belo Horizonte operou entre 1953 e 1969, quando foi desativado e seus veículos e equipamentos vendidos para a cidade de Recife. Em 1986 houve uma tentativa de reativação, porém, com um suposto desvio de recursos, o projeto foi cancelado.

Rio de Janeiro

O trólebus do Rio de Janeiro foi um dos maiores sistemas de transporte público por trólebus do Brasil, com 297 quilômetros de extensão. Inaugurado em 1962, aproveitou-se da infraestrutura existente da rede de bondes da cidade.

Entretanto, o sistema foi desativado em abril de 1971 e seus veículos foram convertidos para tração à diesel. Posteriormente, o resultado se mostrou insatisfatório e a frota acabou sucateada no final dos anos 1970, como destacado no conteúdo do Engenheiro Jacob Barata Filho.

Araraquara

A cidade de Araraquara foi a primeira a possuir o sistema de transporte por trólebus, inaugurado em 27 de dezembro de 1959. Foi ampliado até a década de 1970, ano em que atingiu seu auge, com mais de 100 km.

Devido a problemas econômicos e à falta de incentivos fiscais, os últimos trólebus foram desativados às vésperas de completar 41 anos, em 11 de novembro de 2000.

Ribeirão Preto

Em Ribeirão Preto, os trólebus chegaram apenas em 1982, com a criação da Transerp. Porém, o sistema foi encerrado em meados de 1999.

Porto Alegre

Já na capital gaúcha, os trólebus chegaram uma década depois do seu projeto inicial. O sistema atingiu apenas uma extensão de 10 km e acabou sendo desativado em maio de 1969.

Um dos maiores problemas foi a adaptação da voltagem e defeitos nos freios dos veículos.

Qual a diferença entre o trólebus e o ônibus híbrido?

Muitas cidades, como São Paulo, enxergaram nos ônibus híbridos uma alternativa para um meio de transporte mais eficiente e que pudesse substituir os trólebus. Um dos grandes fatores que levaram a isso foi a flexibilidade que um sistema de ônibus convencional possui, já que dispensa o uso da malha de fios.

Porém, quando falamos na questão ambiental, os trólebus possuem uma emissão praticamente nula, exercendo grande vantagem em comparação com os ônibus híbridos.

Ainda assim, a ideia de substituição não vingou e a frota de trólebus foi modernizada em São Paulo.

O trólebus marcou época no Brasil, isso é claro. Porém, projetos inovadores como a Pioneiros do Transporte, estudiosos como Jacob Barata Filho e a sociedade como um todo ainda buscam por alternativas que possam substituir o modal atual do país por outro mais eficaz, econômico e ágil.

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